13 doces de convento para tocar o céu
Reprodução / DivulgaçãoDoces artesanais, feitos com amor e paciência pelas freiras, que mantêm vivas as nossas tradições gastronómicas e permitem a subsistência dos conventos de clausura A Espanha abriga um terço...
- Publicado: Outubro 18, 2022
- Atualizado: Outubro 18, 2022 6:25 am
- Por: Serafina
Doces artesanais, feitos com amor e paciência pelas freiras, que mantêm vivas as nossas tradições gastronómicas e permitem a subsistência dos conventos de clausura
A Espanha abriga um terço dos conventos e mosteiros do mundo. Destes, cerca de 900 são do sexo feminino, e a maioria não tem outra fonte de renda além dos doces feitos pelas freiras contemplativas que ali vivem. Em alguns casos, a única forma de adquiri-los é nos próprios conventos, através dos famosos tornos, mas a tecnologia já atravessou as portas de muitas dessas comunidades, e agora é possível encomendá-los online e apreciá-los em qualquer lugar. Revisamos 13 iguarias “divinas” e os mosteiros e conventos onde são feitas.
1 YEMAS DE SAN LEANDRO DO MOSTEIRO DE SAN LEANDRO (SEVILHA)
As Agostinianas do Mosteiro de San Leandro foram as primeiras em Sevilha a fazer doces para se sustentar. De todos eles, provavelmente os mais famosos são os yemas de San Leandro, que o próprio Afonso XIII iria adquirir do convento. Bolinhos, pestiños, laranjas em calda e tomate doce, entre outras iguarias, também saem da oficina destas freiras. Todos podem ser adquiridos nos mesmos mosteiros (das 9h00 às 13h00 e das 16h30 às 19h00), mas também através do site www.dulceseltorno.com, loja fundada em 1989 a a manutenção dos conventos sevilhanos.
Plaza de San Ildefonso, 1 (Sevilha)
2 CHULAPILLAS DO MOSTEIRO DA CONCEPÇÃO PURISIMA (MARCHENA, SEVILHA)
Também na província de Sevilha, mas com um site próprio (www.clarisas.es), as Marchena Clarisas são famosas pelas suas deliciosas chulapillas, feitas com amêndoa (54%), açúcar e amendoim, mas também pelas suas pastilhas de amêndoa. , pelas gemas de Santa Clara, os pestiños, os borrachuelos, as cocadas, os licores… Como indica o seu site, “não têm gosto de fábrica, mas de casa e forno de aldeia, com um bocadinho de céu”.
Palácio Ducal, 9 (Marchena, Sevilha)
3 NEVADITOS DO MOSTEIRO DE CORPUS CHRISTI (MADRI)
Bem no centro de Madrid, no Mosteiro de Corpus Christi, as freiras Jerónimas (mais conhecidas como “Las Carboneras” por causa de uma pintura da Virgem Imaculada encontrada em sua carvoaria), fazem 8 tipos de doces com receitas tradicionais. Os nevaditos são um dos mais populares, mas seus mantecados de xerez, seus naranjines ou seus bolos de chá também são deliciosos. Todos são vendidos em caixas de meio quilo, e sempre pela catraca (das 8h30 às 13h e das 16h30 às 18h30).
Plaza del Conde de Miranda, 3 (Madri)
4 PRAZER DE SÃO BERNARDO DO MOSTEIRO DE SANTA MARÍA LA REAL (VILLAMAYOR DE LOS MONTES, BURGOS)
São menos de 20 freiras cistercienses que vivem, rezam e trabalham no Mosteiro de Santa María la Real, em Villamayor de los Montes, mas continuam a fazer seus doces com o mesmo entusiasmo de sempre. É difícil escolher apenas um, mas as “Delicias de San Bernardo” fazem jus ao nome. Eles são basicamente feitos de creme líquido e manteiga para derreter na boca. Além disso: bolos de chá especiais, folhados, línguas de praliné, sorrisos do Cid, bolos diversos… Tudo pode ser adquirido através do site (www.monasteriodevillamayor.com), onde também vendem produtos feitos por outras comunidades cistercienses, como como o “licor Tizona” ou a cerveja trapista dos monges da Abadia de San Pedro de Cardeña, ou o vinho doce de laranja feito pelos irmãos do Mosteiro de Nuestra Señora de las Escalonias, em Hornachuelos (Córdoba). Eles também fazem uma maravilhosa empanada de atum por encomenda, feita com massa folhada caseira e tomates da sua horta, embora só possa ser apanhada no mosteiro.
C/ Convento, 4 (Villamayor de los Montes, Burgos)
5 FERRADURAS DO MOSTEIRO NUESTRA SEÑORA DE LA PIEDAD (PALENCIA)
As ferraduras são um dos produtos mais vendidos pelos dominicanos do Mosteiro de Nuestra Señora de la Piedad em Palencia. São bolos gigantes de massa folhada artesanal, banhados em calda e açucarados. Infelizmente, eles só podem ser comprados no próprio escritório do convento, assim como os “chinelos” (pãezinhos recheados de creme com gema torrada por cima e amêndoas torradas nas laterais), mas a viagem vale a pena. Eles também fazem, por encomenda, doces típicos de certas datas, como as “Cazuelas de San Antolín” (2 de setembro), roscones de Reyes ou bolinhos. Se você não tiver a oportunidade de ir até lá, eles enviam outras especialidades, como chocolates, trufas, amêndoas cristalizadas, “amarguillos”, mantecadas ou muffins, que podem ser adquiridos em seu site www.reposteriadelasmonjas.es
C/ Hermanos Madrid s/n (Palência)
6 BOLOS DE SANTIAGO DO MOSTEIRO DE SAN PAIO DE ANTEALTARES (SANTIAGO DE COMPOSTELA)
O bolo de Santiago feito pelas irmãs beneditinas de San Paio de Antealtares é famoso em toda a Galiza e é considerado um dos melhores (se não o melhor) que se pode comprar na cidade. É o que se consome na Casa Real, e são poucos os visitantes do mosteiro (fundado no século IX por Afonso II, é um dos mais antigos de Espanha) que não saem com um debaixo do braço. Infelizmente, eles não entregam, então você só pode comprá-los lá, como amêndoas, bolos de chá, cupcakes e outras iguarias. O horário de funcionamento é das 9h às 14h e das 15h às 18h30.
C/ San Paio de Antealtares, 23 (Santiago de Compostela)
7 TRUFAS DO MOSTEIRO DE SANTA CLARA (BELORADO, BURGOS)
As Clarissas de Belorado são autênticas especialistas na elaboração de chocolates. Contam com a assessoria do mestre Paco Torreblanca, e seus produtos, feitos a partir do famoso cacau Valrhona, são tão apreciados que não só são vendidos em seu site (www.elobradordelconvento.com), mas também em lojas gourmet, e até abastecem a restaurantes com estrelas Michelin. Eles têm em tabletes, chocolates, pedras, meteoritos, fósforos e palitos, pérolas e em outros formatos, mas as trufas com sabor são especialmente populares entre sua clientela. Para experimentar mais de um, eles oferecem caixas de Natal com uma variedade de seus produtos.
Plaza de Santa Clara s/n (Belorado, Burgos)
8 TELHAS DO MOSTEIRO REAL DE SANTA ANA (BADAJOZ)
Os doces de amêndoa feitos pelas Clarissas de Badajoz são justamente famosos em toda a província: azulejos, mantecados de amêndoa, corações, suspiros, delícias… a oferta de maçapão, bolos de glória e biscoitos de amêndoa. Eles não têm uma loja online, como tal, mas no seu site (www.clarisasbadajoz.com) podem ver todos os seus produtos artesanais, porque aceitam encomendas.
C/ Duque de San Germán, 13 (Badajoz)
9 DOCES DO MOSTEIRO DE SANTA MARÍA DE HUERTA (SÓRIA)
Neste caso, o mais impressionante é que não são freiras, mas monges cistercienses, que fazem os produtos artesanais que são vendidos no site do convento de Santa María de Huertas (www.monasteriohuertas.org). No caso das compotas, a variedade e originalidade das variedades é enorme: bombom de cereja e aguardente, laranja com gengibre, pêra em vinho tinto, tomate “um pouco picante”, pêra e canela com cardamomo… Além disso, mel e marmelo feito pelos próprios Irmãos, e alguns produtos de conventos da mesma ordem, como o licor de ervas produzido pelos monges do Mosteiro de Santa María la Real de Oseira (Orense), ou o queijo feito pelos religiosos do Mosteiro de Viaceli , em Cóbreces (Cantábria).
Praça do Mosteiro, 1 (Santa María de Huerta, Soria)
10 QUESADAS DO MOSTEIRO DE SANTA MARÍA DE LA MERCED (NOJA, CANTABRIA)
As Mercedarias de Noja começaram por fazer donuts e bolachas para a manutenção do seu convento, mas com o tempo alargaram o seu catálogo para 20 referências, e tornaram-se especialistas em dois dos doces mais típicos da Cantábria, a comunidade onde se situam: os sobaos e as quesadas. Ambos são feitos com matérias-primas de primeira qualidade e não contêm nenhum tipo de conservante. No Natal também fazem torrones e doces típicos dessas datas. Todos podem ser adquiridos diretamente na pequena pastelaria que têm no convento, encomendando-os por telefone ou na web www.deliciasmonasticas.es, um site sem fins lucrativos que ajuda vários conventos e mosteiros em Espanha a distribuir os seus produtos. .
C/ Cabanzo, 27 (Noja, Cantábria)
11 LUAS COM CHOCOLATE DO MOSTEIRO DE NUESTRA SEÑORA DE LA SOLEDAD (VILLARRUBIA DE LOS OJOS, CIUDAD REAL)
As Clarissas de Villarrubia fazem doces há relativamente pouco tempo (pouco mais de 10 anos), mas, como para outros contemplativos, esta atividade tornou-se essencial para a manutenção da comunidade. Em seu site (www.clarisasvillarrubia.com) eles oferecem 12 produtos diferentes, entre os quais amêndoas, “pedacinhos” de geléia, nuggets de maçapão ou luas com chocolate. Além disso, vendem artesanato religioso feito por eles mesmos. A encomenda mínima é de 20€, sendo cobrados 5€ de transporte e embalagem, embora se a encomenda for superior a 60€ (ou se for levantada na sua loja), estas despesas não são cobradas. Há também a opção de adquirir seus produtos no site da Fundação DeClausura (www.declausura.com), uma iniciativa sem fins lucrativos que ajuda diversas comunidades monásticas a comercializar o que produzem.
C/ Soledad, 58 (Villarubia de los Ojos, Ciudad Real)
12 PANETTONE DO MOSTEIRO DE SÃO JOSÉ (VILAR DE ASTRES, OURENSE)
As Clarissas ousam com um típico produto natalino italiano, que está se tornando cada vez mais popular em nosso país, mas que é complicado de fazer. Essas freiras, no entanto, “bordam” o panetone, utilizando apenas ingredientes naturais e oferecendo-os em 3 versões: laranja e passas, chocolate e chocolate com nozes e passas.
Além disso, eles fazem 6 tipos de biscoitos artesanais, cada um mais tentador: creme, “damianitas” (amêndoa), “vilarcitos” (também de amêndoa, mas com uma textura mais suave, “amoriños” (formato de coração), “nonas” e palitinhos de San José, massa folhada polvilhada com açúcar. Os panetones só estão disponíveis a partir de 1º de novembro, e é imprescindível encomendá-los porque a produção é limitada. Pode ser feito diretamente no site (www.clarisasreparadoras.com ), ou através da Fundação De Clausura (www.declausura.com).
Vilar de Astres, 50 (Ourense).
13 MAÇAPÕES DO CONVENTO DE SÃO CLEMENTE (TOLEDO)
Reza a lenda que o Mosteiro de São Clemente foi o local onde se fez pela primeira vez o maçapão, para aliviar a fome da população durante uma penúria por falta de trigo em 1213. Verdade ou não, as freiras desta comunidade cisterciense têm mantido a tradição deste doce típico de Natal desde então. Por isso é muito mais triste que a situação precária da oficina tenha impedido as freiras de ter sua produção pronta para este Natal. Embora os problemas mais graves tenham sido corrigidos (uma amassadeira avariou, que felizmente voltou a funcionar), as dificuldades económicas que a maioria dos conventos e mosteiros em Espanha atravessam fazem com que mesmo o mais pequeno contratempo ponha seriamente em causa a viabilidade destas comunidades . Para comprar estes maravilhosos maçapão, pode dirigir-se directamente ao torno do convento, ou encomendá-los a partir de casa pela Internet no site da Fundação DeClausura (www.declausura.com), onde também estão disponíveis outros doces de Natal, e ainda cabazes de companhia com produtos típicos destas celebrações.
C/ San Clemente, 1 (Toledo)